BRASÍLIA - O Ministério Público (MP) vai acompanhar de perto
a situação do ensino público de 43 municípios brasileiros. O objetivo é fazer
um diagnóstico da educação básica nessas cidades. A partir dos problemas
identificados, integrantes do MP poderão recomendar soluções às autoridades
municipais e estaduais na área da educação. A medida faz parte do projeto
Ministério Público pela Educação (MPEduc), lançado em Brasília. Entre as
cidades monitoradas está o Rio de Janeiro.
Segundo o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o
projeto permitirá atuar de forma preventiva, identificando os problemas e
encaminhando uma solução, sem a necessidade de recorrer á Justiça. Participam
do projeto tanto o Ministério Público Federal (MPF) quanto o Ministério Público
dos estados.
O Ministério Pública mostra que pode atuar não só de forma
repressiva, mas de forma a prevenir e a orientar o gestor público à boa e
profissional utilização dos recursos públicos - diz Janot.
Segundo a procuradora da República no Rio de Janeiro e
gerente do MPEduc, Maria Cristina Cordeiro, a adesão ao programa se dá por
iniciativa do promotor que atua naquele município. São analisados vários
aspectos da educação básica da cidade, como estrutura física, aspectos
pedagógicos, alimentação escolar e transporte escolar.
Especialistas na área de educação destacam que é preciso
melhorar a gestão da educação no Brasil. Assim, mesmo que a iniciativa do
Ministério Público gere soluções para os problemas, ainda é preciso levar em
conta a efetivação dessas medidas pelos gestores da educação. Priscila Cruz,
diretora-executiva do Todos Pela Educação, um movimento da sociedade civil que
tem por objetivo assegurar o direito à educação, lembra que não basta ter
recursos: é preciso também uma gestão de qualidade.
Quando a gente olha os países que participam do Pisa, o
Brasil é que o investe menos por aluno. Mas nem sempre a solução está em mais
recursos. O exemplo do Ensino Médio em matemática: o investimento per capita no
Ensino Médio dobrou nos últimos dez anos, e o resultado em matemática ficou
estagnado no mesmo período - avalia Priscila Cruz.
Os maiores problemas são, infelizmente, da corrupção, má
gestão e descontinuidade administrativa - corrobora a procuradora Maria
Cristina Cordeiro.
Temos que investir nas duas frentes: de um lado cuidar
para que os gestores estejam mais capacitados e aplicar melhor os recursos.
Pelo outro lado, é preciso que se façam os investimentos mínimos necessários.
Conteúdo disponível em: http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/mp-vai-monitorar-educacao-basica-de-43-municipios-brasileiros-12132626
COMENTÁRIO: De fato, a área da educação é uma das que mais sofre com os
desvios de verbas em nosso país, as corrupções praticadas neste meio, trazem
prejuízo gigantescos e em muitas vezes esses prejuízos são irreversíveis, pois
não existe uma fiscalização eficaz e a punição para esses desvios na maior parte dos casos não é devidamente aplicada.
Concordo com seu comentário, Deyk Anne! No Brasil, a educação fica comprometida por falta de uma fiscalização rigorosa dos órgãos competentes e falta de uma punição mais rígida. É necessário que os representantes do povo assumam com responsabilidade o seu papel dentro do sistema de ensino, garantindo uma educação de qualidade para a população. No que se refere ao gasto que o país tem com o sistema de ensino, percebemos que os recursos destinados à área ainda são insuficientes visto que nas regiões mais pobres o ensino ainda é precário. Assim, podemos chegar a conclusão de que o problema está no gerenciamento inadequado dessa verba. Se compararmos o Brasil com outros países, notamos que ele sai em desvantagem, independente do critério adotado.
ResponderExcluir